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A peleja pelos primeiros clientes na advocacia: desafios iniciais e regras indispensáveis à maturação profissional

Por óbvio, é impossível determinar quem serão ou de onde virão os seus primeiros clientes no labor advocatício. No entanto, é possível afirmar que público você deve – primeiro – conquistar como pretensos clientes. Parto da premissa que quem não conquista os “de casa”, jamais herdará a confiança dos “de fora”.

Normalmente, ao se tornar advogado(a), um grande número de pessoas, dentre amigos e familiares, fica sabendo desta notícia por vários meios.

Centenas de internautas, íntimos ou não, celebram virtualmente a sua conquista.

Agora, pergunte a si mesmo: quem, desse todo, confiaria a VOCÊ a responsabilidade de postular um Direito? Ou seja, quem te contrataria para restaurar a liberdade, cuidar de assuntos da empresa, buscar reparação à danos suportados? As possibilidades são muitas, mas para qualquer das hipóteses, posso apostar que a autorreflexão lhe levou a uma conclusão frustrante.

Mas, calma. A situação como está posta é completamente natural, afinal – passado o êxtase da aprovação – você ainda não tinha pensado em todas estas questões.

De igual modo, ninguém pode ser demonizado por não lhe confiar uma causa jurídica, afinal você é responsável por construir uma imagem profissional e tornar esta figura um objeto de desejo.

Então, como cruzar a linha da relação pessoal e adentrar no campo do profissionalismo?

1° – Seja profissional.

A resposta parece retórica. Mas você precisa ser profissional a todo tempo, ao menos até ganhar a almejada confiança e fazer daquela pessoa (familiar, amigo, colega) um pretenso cliente. Alguém que sabidamente te procurará, caso precise. Converse sobre assuntos jurídicos, Opine (juridicamente) sobre o vôo perdido dele, sobre a pensão alimentícia devida, sobre o aluguel a ser cobrado ou mesmo sobre o parente dele que está preso. Aproveite todas as oportunidades em que puder adentrar num assunto Legal, de modo que aquela pessoa passe a te enxergar como alguém capaz. Esbanje conhecimento.

2° – Seja sociável

Todo advogado que busca ascensão precisa ser sociável. Dadas as várias restrições de publicidade profissional impostas pelo nosso Código de Ética, o ato de socializar é um dos meios mais eficazes para progredir em confiabilidade, transformando amigos e familiares em – no mínimo – pretensos clientes. A socialização é um meio de potencializar e expandir o leque de possibilidades do ponto “1”. Afinal, com quanto mais pessoas você conversar, mais chances você terá de ganhar um cliente. Lembre-se que cada pretenso cliente que você conquistar é, além de tudo, um agenciador voluntário do seu trabalho, ou seja, se confiar em você, ele irá te indicar quando alguém precisar, alcançando assim um multiplicador incontável.

3° – Seja ético

Não apenas profissionalmente. Mas em toda a sua conduta. Você está a todo tempo sendo observado e julgado pelas pessoas (que são potenciais clientes!) e, a depender da sua forma de proceder, pode ganhar ou perder clientes ou pretensos clientes. Não adianta cumprir as regras acimas se o seu comportamento te revela uma pessoa antiética em qualquer sentido.

4° – Crie laços com colegas de profissão

Os colegas de profissão, para além disto, podem se tornar verdadeiros amigos. E ocasionalmente, pelos interesses em comum, experiências profissionais são compartilhadas e isto opera diuturnamente em prol de uma ajuda mútua. Não bastasse, comumente alguém precisa de parcerias jurídicas e, se você não for visto e conhecido, embora seja bom no que faz, não será lembrado.

Feito isto, você terá cruzado a mais importante linha rumo à evolução profissional e certamente colherá os frutos. Desejo um excelente trabalho!

Hugo Fernandes

Diretor Acadêmico e Intercomunicador da ABRACRIM/RN

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