Penitenciária de Caruaru-PE inicia a transferência de presos após rebelião
Dois após o término da rebelião que resultou na morte de seis detentos e deixou outros 20 feridos, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do estado de Pernambuco determinou a transferência de 100 presos da Penitenciária Juiz Plácido de Souza, além de iniciar obras de reforma do presídio.
Um novo tumulto foi registrado ontem e o Batalhão de Choque da Polícia Militar foi chamado para conter a nova rebelião. Nove presos feridos foram transferidos para o Hospital Regional do Agreste e os outros dez foram atendidos na própria unidade.
Preocupada com a situação carcerária no estado, a Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim-PE) instalou uma Comissão de Assuntos Penitenciários para acompanhar a apuração dos fatos junto às autoridades governamentais e Ministério Público. O presidente da Abracrim-PE, o advogado criminalista Emerson Leônidas, designou como integrantes da Comissão os seguintes advogados: Presidente: Eduardo Florêncio; Demais integrantes: Soraya Varejão, Herodoto Pinheiro Ramos, Hélio Ferrer e Diogo de Araújo Belo.
A Comissão atuará no sentido cobrar o esclarecimento dos motivos que levaram à rebelião dos presos, já que um dos motivos do motim teria sido a superpopulação carcerária, o que, na opinião da entidade, comprova a falência do Sistema Penitenciário Brasileiro, em especial o de Pernambuco. A Abracrim-PE, formada essencialmente de advogados criminalistas, acompanha o desenrolar dos fatos desde o início. O presidente da Associação no estado lembra que as revoltas nos presídios e cadeia de Pernambuco tornaram-se mais frequentes nos últimos anos. “A demanda de processos é grande e o Estado não dá condições e nem planeja uma reforma no sistema no sentido de garantir aos reclusos as mínimas condições de ressocialização”, afirmou Leônidas.
Outra preocupação da ABRACRIM-PE diz respeito aos agentes penitenciários e à guarda designada para os presídios, sempre insuficientes e sem condições de trabalho. De acordo com a direção da entidade, os profissionais cumprem uma escala apertada e sem os meios necessários para ajudar na ressocialização dos reclusos. “Com a formação da comissão, esperamos colaborar com as autoridades do Estado na solução desse difícil problema que, ano a ano, vem tirando o sossego da população e afligindo famílias cujos parentes encontram-se recolhidos às penitenciárias para cumprimento de pena”, declarou o presidente da entidade no estado, Emerson Leônidas.
(Adriane Werner – assessora de Imprensa da ABRACRIM, com informações da Imprensa e de Eliomar Teixeira, assessor de Imprensa da ABRACRIM-PE)
Crédito da foto: O Globo