EMPODERAMENTO NA CARREIRA CRIMINAL PARA MULHERES
Por Giuliana Labate*
O mundo da advocacia criminal é um verdadeiro desafio diário, nos deparamos com diversos delitos e inúmeros preconceitos.
Porém, quando tratamos da mulher, advogada, criminalista, o preconceito é maior. Colegas advogados, clientes, chefes, muitas vezes, nos enxergam como uma fonte de delicadeza e fragilidade, mas o que eles não sabem… é que nós, mulheres podemos ser delicadas.
O fato de sermos delicadas não afeta a nossa profissão, uma vez que, o conhecimento, a autoridade e a segurança passam à frente da delicadeza.
Podemos ser delicadas em um Tribunal do Júri, por exemplo, falar de forma incisiva não significa que precisamos ser brutas, afinal, uma tese defensiva deve ser demonstrada através do conhecimento e da segurança.
Delegacia e Presídio não são lugares para você, mulher, criminalista. “São delicadas demais para irem a esse tipo de lugar, são lugares para homens…”. O homem, advogado que deve visitar o cliente em Delegacia, …
Infelizmente, vivemos em uma sociedade arcaica, a qual o tempo passa, mas o preconceito não muda, o que deve mudar são as nossas atitudes.
Colegas, jovens e homens também podem dizer que sofrem preconceitos em determinados momentos da sua vida profissional, porém é diferente, é o preconceito no início da advocacia…na verdade, está longe do preconceito que nós, mulheres, sofremos diariamente.
Como dito linhas acima, temos que demostrar o nosso conhecimento, autoridade e trazer confiança para os nossos clientes e para nós…Nós podemos enfrentar a melhor tese defensiva, traçando uma estratégia extraordinária, enfrentando os melhores juízes, promotores e desembargadores.
Não é da forma grosseira que vamos conseguir demonstrar que aquela tese defensiva deve prevalecer, e sim, através do conhecimento e da autoridade.
O preconceito diário que enfrentamos deve servir como apoio para mostrar que somos capazes e nos orgulhar da carreira profissional que estamos construindo. Nada nos fará desistir e aceitar o preconceito, na verdade, fortalecerá a nossa luta para seguir com os nossos objetivos.
O que prevalece é a paixão e o brilho no olhar pela advocacia criminal.
Sim, somos advogadas, criminalistas, mulheres e delicadas. Enfrentamos a injustiça para lutar pelo direito dos nossos clientes. Mostrar que somos capazes e que é através do conhecimento que vamos trazer autoridade e segurança.
Por fim, decidi trazer alguns dados que chamam a atenção da Advocacia, contamos com mais de um milhão e trezentos advogados no Brasil, sendo que existem mais advogadas do que advogados (aproximadamente – 624.285 mulheres e 615.989 homens inscritos na OAB).
*Giuliana Labate. Advogada Criminalista. Pós-Graduada em Prática Penal Avançada e Direito Penal pela Faculdade Damásio Educacional. Membro da Comissão Especial de Direito da Moda da OAB/SP e da Comissão Especial de Advocacia Criminal OAB/SP. Associada do IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa), atuante nos Projetos: Tribunal do Júri, Pena de Multa e Educação Para Cidadania no Cárcere (ECid).
E-mail: giulabate.adv@gmail.com