“Face Swap” e o risco do uso para vingança sexual virtual contra mulheres.
“Face Swap”
Era para ser apenas um aplicativo divertido, mas tem se tornado uma grande preocupação no mundo digital.
O “Face Swap” é um aplicativo capaz de capturar o rosto do usuário, e criar montagens com cortes de cabelo diferentes, ou em outros corpos.
Aí reside o PERIGO!
A tecnologia de reconhecimento facial é tão avançada, que é capaz de criar montagens naturais por meio de ajustes (como na cor da pele, com iluminação e posicionamento do rosto).
Em razão disso, inúmeras tem sido as montagens de rostos de terceiros em vídeos com teor pornográfico.
Apesar de os principais alvos terem sido celebridades, a preocupação maior é que vídeos com “face swap” se disseminem como uma nova forma de “violência sexual virtual” contra mulheres.
Dados revelam que entre os anos de 2015 e 2016, 24 bilhões de “selfies” foram salvas na plataforma Google Photos.
Com isso, não é difícil um programador amador usar seu próprio algoritmo para criar uma “sex tape” (vídeo de sexo), de alguém que queira assediar.
Esse novo tipo de “pornô falso”, demonstra o quanto a internet nos deixou vulneráveis.
Em verdade estamos prestes a viver em um mundo no qual é trivialmente fácil “fabricar” vídeos críveis de pessoas fazendo e/ou dizendo algo que nunca fizeram ou disseram.
Hoje, buscar diferenciar a notícia verdadeira da “fake news”, tem se tornado corriqueiro. Ao menos para os que se preocupam em repassar apenas o que tem certeza do conteúdo que compartilha.
A internet nos proporcionou inúmeros benefícios facilidades e entretenimento, contudo, alterou substancialmente nosso papel social, assim como nossa responsabilidade.
É dever de cada um de nós verificar a procedência, fonte, origem do que compartilhamos na rede mundial. Mas, em especial, antes de repassar imagens e vídeos de cunho sexual, pergunte-se o que você “ganha” ao propagar tal material.
Lembre-se: a internet NÃO é terra sem lei!
Você pode ser responsabilizado (civil e penalmente) por aquilo que opina e compartilha por meio das redes sociais.
Por Aisla Carvalho
Advogada Criminalista
Presidente da ABRACRIM-RO
Presidente da COMACRIM em Vilhena