O MEMORÁVEL ENCONTRO DE ADVOGADOS CRIMINALISTAS
Dizia Marcel Proust que “a sabedoria não nos é dada. É preciso descobri-la por nós mesmos, depois de uma viagem que ninguém nos pode poupar ou fazer por nós”. Assim pode ser resumida a viagem e o encontro em Curitiba-PR, durante os dias 30 de Junho e 01 de Julho, no VII EBAC – Encontro Brasileiro dos Advogados Criminalistas, organizado pela ABRACRIM – Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas, cuja presidência hoje é exercida pelo advogado Elias Mattar Assad.
Participaram da delegação do Maranhão treze advogados, todos filiados à ABRACRIM-MA, braço da ABRACRIM no referido Estado.
Na oportunidade reuniram-se grandes nomes da advocacia criminal do país, como Técio Lins e Silva, presidente do IAB, bem como juristas de reconhecidos quilates, como Lenio Streck, Juarez Tavares, entre outros.
A fala de cada um foi marcada pela crítica pontual ao assalto hermenêutica que vem sofrendo as normas que dispõem sobre os direitos e garantias inarredáveis da Constituição, notadamente as que tratam sobre as liberdades, e à tentativa de criminalização da advocacia criminal. Ambas as questões foram amplamente dissecadas, o que culminou com a publicação da Carta de Curitiba, documento esse que serviu de manifesto ao panorama hodierno que se instalou no país.
Para além disso, de se ressaltar ainda a magna importância do fortalecimento da advocacia criminal no Maranhão, que necessita ter voz e influência sobre tudo o que se discuta a respeito, através da atuação da ABRACRIM-MA, hoje presidida pelo advogado Erivelton Lago.
A solidão do agir, o grito solitariamente enervado, nunca teve mais força que a união precisa e abrangente do conjunto, dos que se irmanam na defesa intransigente de seus objetivos mais desconhecidos, mas não menos importantes. Se juntos somos mais fortes é porque juntos somos mais respeitados, melhor ouvidos e menos calados.
É verdade que a atuação do advogado criminal sempre foi contramajoritária, porém, longe de ser um vício, é uma virtude, haja vista que a síntese da problematização sempre é resultado da antítese que se lhe pôs como condição fundante. Nenhuma balança se equilibra com apenas um dos lados. E essa compreensão do todo, do senso de justiça alijado das paixões mais pueris é que se revela o substrato ético do advogado criminalista. Não há como ser diferente. A defesa tem a palavra, pois se Deus é nosso juiz, Cristo é nosso advogado.
Jimmy Deyglisson é advogado criminalista integrante do comitê gestor da ABRACRIM-MA em Imperatriz-MA.