Palavra do Presidente
Recuai carreiristas da OAB!
Queremos só o que é nosso.
Ao assumir a Presidência da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas, em 30/6/2016, no “VII Encontro Brasileiro”, afirmei no discurso de posse que somos aliados da OAB que faz!
Referia-me a algumas Seccionais e Subseções que se revelaram, ao longo de décadas, não apenas inertes na defesa dos criminalistas, mas repressoras do exercício da advocacia criminal. Quando muito, mantinham conosco uma espécie de “namoro envergonhado”.
A ABRACRIM nasceu em 1993, em Curitiba, com objetivo de união. Precisávamos do resgate e tudo conspirou para um novo tempo. Uma recente Constituição (88), um novo Estatuto em perspectiva (Lei 8906/94) e os Criminalistas, Batochio como Presidente do Conselho Federal e Accioly Neto, presidente da OABPR. Por essa razão histórica, disse também no discurso de posse: acabou a era daquela advocacia criminal isolada, com advogados injustiçados sofrendo perseguições solitariamente. Agora estamos unidos em torno de uma nova ABRACRIM, que veio para atuar em todo o território nacional e ser uma pronta e eficiente advogada dos criminalistas brasileiros.
Não somos, e nem a OAB é, um clube de amigos. Foi com esse pensar que assumi a ABRACRIM.
Em alguns Estados, forças do atraso insistem no velho pensamento “oabista”, que era e é “obaobista”. Nesse “oba oba”, desertaram das missões maiores da Classe em favor de suas vaidades pessoais. Nos deixaram órfãos e incorreram em péssimas escolhas tanto de dirigentes como no preenchimento das vagas dos “quintos constitucionais” dos tribunais. Nestes, colocaram pessoas mais preocupadas consigo próprias (“obaobistas” e “babaovistas”) que hoje, com raríssimas exceções, nem recebem advogados em seus gabinetes.
Agora, vivemos um novo tempo na OAB com Cláudio Lamachia no Conselho Federal, que enfim aproximou a cúpula da base da Advocacia Brasileira, sentindo “in loco” o pulsar das nossas dificuldades e lágrimas. Cláudio compreende, acolhe criminalistas que heroica e galhardamente pisam os chãos gastos das delegacias de polícias, fóruns e esgarçado sistema penitenciário, com riscos pessoais e de vida, em tempos sombrios de delinquência processual e de tribunais vivendo dias de Pilatos.
Agradeço aqui Presidentes das Seccionais que carinhosamente nos acolhem, associações coirmãs e também lideranças que estamos diuturnamente em contato como Jarbas Vasconcelos, Osvaldo Serrão, Cassio Telles, Juliano Breda, Técio Lins e Silva, José Roberto Batochio, Luiz Flávio Borges D’Urso, entre tantos que honram a Nobre Classe. Contem com a ABRACRIM na guarda das prerrogativas, livre exercício da advocacia e seu respeito.
Este escrito se deve ao fato de alguns Presidentes estaduais da ABRACRIM reclamarem que seus trabalhos estão “gerando ciumeira do baixo clero da OAB”. Pasmem, justamente das OABs Estaduais e Subseções que, no geral, nada fazem e possivelmente não querem que alguém faça! Cômico, se não fosse trágico.
Que vão se acostumando, pois viemos para fazer o que eles não fazem e apontar as chagas para que mudem (inclusive de pessoas) e façam. Importante é fazer o que tem que ser feito!
Felizmente a maioria esmagadora tem a visão da equipe de Lamachia. Quando da nossa passagem por Salvador, depois de um maravilhoso pronunciamento, o Presidente da OAB/BA, Luiz Viana, anunciou, em nosso jantar, a criação de uma “Comissão Permanente de Defesa da Advocacia Criminal” e foi aplaudido em pé.
Não se “incomodem” conosco ou com nossas reuniões pelo Brasil. Nelas, queremos dar as mãos, confraternizar e refrigerar nossos espíritos das incompreensões do nosso dia a dia profissional, em uma quase “terapia de grupo”. Não falamos de políticas locais de OAB ou partidárias. Estimulamos a união e criação de mecanismos de percepção que sintetizem os problemas, para que juntos busquemos as soluções.
Se nosso movimento incomoda alguns, fica este alerta aos oportunistas, carreiristas, que nunca consideraram que quando colocaram seus nomes para integrar chapas na OAB, ou Comissões, assumiram compromissos seríssimos. Ninguém quer pessoas perfumadas, inoperantes de roupas bonitas, hábeis e extremamente vaidosos parlapatões. Queremos resultados imediatos! Lutamos pelo fogo sagrado de nossas sobrevivências dignas e a OAB não pode nos dar as costas em nenhum ponto do território nacional. Os valores das nossas anuidades, multiplicados por quase um milhão de advogados e advogadas de todo o País, aproxima da cifra que todos os anos investimos para a atividade fim da OAB.
Somente os autênticos e descomprometidos compreenderão este escrito. O alvo da nossa censura são os abomináveis “carreiristas”, daqueles tantos que, dando socos nas mesas, cobram despudoradamente das cúpulas regionais, estaduais e nacional da OAB: “Agora é a minha vez…”.
Para a infelicidade destes e fim do pesadelo geral, agora é a vez da autêntica advocacia ao que interpretei das louváveis atitudes de Lamachia e sua maravilhosa equipe. Eles praticam o óbvio: “a Ordem é dos Advogados”.
Ao inferno com esses políticos classistas carreiristas de sempre.
Nos lugares que a OAB não fizer a sua parte, a ABRACRIM, no dizer de Batochio, “saberá terçar suas armas na solidão da planície…”
Unidos somos imbatíveis!
Avante!
Elias Mattar Assad