Ex-governadores do DF são presos acusados de fraudes em obras em estádio
Os ex-governadores do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PR) foram presos na manhã desta terça-feira (23/5) em uma operação que investiga organização que teria fraudado e desviado recursos das obras de reforma do Estádio Nacional Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014.
O assessor especial de Michel Temer na Presidência da República Tadeu Filippelli também foi preso temporariamente. Ele foi vice-governador de Agnelo Queiroz, e, segundo a Folha de S.Paulo, já foi demitido pelo presidente Michel Temer.
De acordo com a Polícia Federal estão sendo cumpridos ao todo 15 mandados de busca de apreensão, dez de prisão temporária, além de três conduções coercitivas. As medidas foram determinadas pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília. Também foi determinada a indisponibilidade de bens de 13 envolvidos até o limite de R$ 60 milhões.
Segundo o Ministério Público Federal, o objetivo das medidas cumpridas é encontrar provas de que foi constituído um cartel entre várias empreiteiras para fraudar a licitação, assegurando de forma antecipada que as obras fossem feitas por consórcio formado pelas empresas Andrade Guitierrez e Via Engenharia. Como contrapartida, os vencedores teriam pago propina a agentes políticos e públicos, que estão entre os alvos da operação.
A reconstrução do antigo Mané Garrincha foi estimada inicialmente em R$ 690 milhões, mas acabou custando cerca de R$ 1,5 bilhão, o que fez com que o estádio se tornasse o mais caro entre os 12 que receberam os jogos da Copa do Mundo de 2014. O dinheiro saiu dos cofres da Terracap, empresa pública do Governo do Distrito Federal, cujo capital é formado da seguinte forma: 51% do GDF e 49% da União.